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martes, 6 de noviembre de 2007

Proceso

Este crescente fluxo turístico torna imperativa a adoção de ferramentas de preparação e controle da atividade nos pólos receptores de forma a maximizar os pontos positivos que a atividade irá gerar na localidade e ao mesmo tempo minimizar os impactos negativos que esta atividade normalmente provoca na população autóctone. É baseado nisto que, diversos estudiosos vem se preocupando em tornar pública a importância da preservação e do planejamento, de forma concreta e permanente.

O turismo é uma atividade que se bem planejada e desenvolvida pode trazer às populações locais benefícios amplos, como oportunidade de diversificação e consolidação econômica, geração de empregos, conservação ambiental, valorização da cultura, conservação e/ou recuperação do patrimônio histórico, recuperação da auto-estima, entre outros (WWF, 2003).

De todos os tipos de turismo praticados no mundo nenhum cresceu tanto nos últimos anos como o "ecoturismo". O número de ecoturistas que habitualmente visitam áreas naturais – em especial, áreas naturais protegidas ou unidades de conservação – aumentou vertiginosamente em todo o mundo.

Do ponto de vista mercadológico, o ecoturismo é um segmento que tem obtido um crescimento considerável, ao longo dos últimos anos. Para os empresários do segmento, a estimativa é de que o crescimento do ecoturismo se situe em 20% ao ano. O faturamento anual do ecoturismo, a nível mundial, é estimado em US$ 260 bilhões, do qual o Brasil se apropriaria com cerca de US$ 70 milhões.

A Organização Mundial do Turismo (OMT) estima que 10% das pessoas que viajam pelo mundo são ecoturistas. No Brasil, pressupõe-se que o ecoturismo alcance meio milhão de turistas, por ano.

No Amazonas, Estado brasileiro que se destaca como pólo de ecoturismo, os turistas estrangeiros ainda são predominantes. Entretanto, calcula-se que a participação do turista nacional, na região, antes em torno de 10% do total, tenha triplicado, nos três últimos anos.

De acordo com Costa (2003) para atender a essa demanda, muitos lugares semi-isolados, desabitados ou habitados apenas por umas poucas pessoas, foram rapidamente "civilizados" – ocupados por pousadas, bares, restaurantes e um comércio amplo e variado, que a partir de então passou a vender os produtos "típicos" do local.

O aparecimento do ecoturismo e o seu acelerado crescimento têm suas raízes na insatisfação gerada pelo turismo convencional de massa muito criticado pelo fato de dominar a atividade dentro de uma região, de sua orientação não-local, e o fato de que muito pouco do dinheiro gasto ali efetivamente permanece no local e gera mais recursos, associada ao crescimento mundial da consciência ambiental, contribuindo para aumentar a demanda por experiências mais autênticas, baseadas na natureza e em aspectos culturais, tendo como destino paises em desenvolvimento, possibilitando, inclusive, uma alternativa econômica a outras práticas como, por exemplo, a extração de madeira ou mono-cultura (soja, cana de açúcar, etc).

Devido às muitas formas em que as atividades do ecoturismo são oferecidas por uma grande diversidade de operadores, praticadas por uma variedade ainda maior de tipos de turistas ainda não há um consenso sobre o seu significado. É um termo amplo e vago, sendo para alguns, um subconjunto de atividades turísticas baseadas na natureza; para outros, é um nicho de mercado.

Apesar de que a origem do termo ecoturismo seja controversa e não muito clara, especula-se que foi W. Hetzer que o utilizou pela primeira vez em 1965.

Nos anos 70 e 80 outras referências foram feitas ao ecoturismo, onde o termo "ecotours" foi utilizado no Canadá para identificar roteiros interpretados de um corredor turístico ao longo da rodovia-cênica Trans-Canadá.

Mais recentemente, em 2002, como parte das atividades do Ano Internacional do Ecoturismo, aconteceu a Conferência Mundial do Ecoturismo, em Quebec, com o objetivo de discutir políticas, práticas, impactos (sociais, econômicos e ambientais) e elaborar um conjunto de conclusões e recomendações para o planejamento, desenvolvimento, gestão, marketing e monitoramento de atividades ecoturísticas, com vistas a garantir sua sustentabilidade em longo prazo.


No Brasil, no âmbito governamental, o ecoturismo é discutido desde 1985, quando a EMBRATUR iniciou o projeto "Turismo Ecológico". A primeira iniciativa de ordenar a atividade ocorreu em 1987 com a criação da Comissão Técnica Nacional, constituída por técnicos do IBAMA e da EMBRATUR, para monitorar o Projeto de Turismo Ecológico, em resposta às práticas existentes à época - pouco organizadas e nada sustentáveis.

Entretanto, nem os esforços governamentais, nem os privados foram suficientes para ultrapassar as barreiras, algumas até hoje existentes, entre a teoria - principalmente em relação aos modelos nacionais - e a prática do ecoturismo.

Inclui-se entre essas barreiras a ausência de consenso sobre a conceituação do segmento - inclusive, como ocorre internacionalmente -, a falta de critérios, regulamentações e incentivos que orientem empresários, investidores e o próprio governo, no estímulo e no uso do potencial dos patrimônios naturais e culturais, ao mesmo tempo em que promova a sua conservação.

De um modo geral, tem-se concebido o ecoturismo como uma atividade que põe o homem em contato com a natureza e com seus semelhantes; que favorece a interação humana: como um fator importante na formação da cultura moderna.

O documento "Diretrizes para uma Política Nacional de Ecoturismo" que estabelece os conceitos pertinentes ao segmento de ecoturismo, no Brasil, bem como a definição dos critérios de exploração sustentável do potencial constituído por nossas belezas naturais e valores culturais define ecoturismo como sendo:

"Segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva a sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem estar das populações envolvidas" (EMBRATUR, 1994).

Fennel (2002) conceitua ecoturismo como sendo:

"Uma forma sustentável de turismo baseado nos recursos naturais, que focaliza principalmente a experiência e o aprendizado sobre a natureza: é gerido eticamente para manter um baixo impacto, é não predatório e localmente orientado (controle, benefícios e escala). Ocorre tipicamente em áreas naturais, e deve contribuir para a conservação ou preservação destas".

Segundo Carvalho (2003) o ecoturismo é uma atividade que busca valorizar as premissas ambientais, sociais, culturais e econômicas conhecidas de todos nós, e inclui a interpretação ambiental como um fator importante durante a experiência turística.

Segundo Swarbrooke (2000) o ecoturismo é visto como:


Um turismo em pequena escala;

Mais ativo do que outras formas de turismo;

Uma modalidade de turismo na qual a existência de uma infra-estrutura de turismo sofisticada é um dado menos relevante;

Empreendido por turistas esclarecidos e bem educados, conscientes das questões relacionadas a sustentabilidade, além de ávidos por aprender mais sobre estes temas;

Menos espoliativo das culturas e da natureza locais do que as formas "tradicionais" de turismo.

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