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martes, 6 de noviembre de 2007

Conclusión

Isto é o que diferencia o ecoturismo de outras formas de se fazer turismo. Pode-se dizer que o ecoturismo é mais um conceito de viagem do que um produto de turismo, pois traz consigo uma filosofia de vida que tem como princípio orientador de sua prática a preservação do patrimônio histórico, cultural, natural e humano. É um turismo diferenciado, de pessoas cujo objetivo é interagir com o ambiente e com as comunidades envolvidas em tal ambiente. Quando se fala em ecoturismo, está-se referindo à sustentabilidade, à autenticidade e originalidade dos meios visitados.

Além dessas perspectivas, o ecoturismo pode cumprir um papel importante no equilíbrio da balança comercial, com o ingresso de novas divisas, por meio do aumento no fluxo de turistas estrangeiros e da atração de investimentos para a construção de equipamentos turísticos.

O ecoturismo poderá constituir-se em um dos alicerces na tentativa de alcançar um modelo sustentável de desenvolvimento, desde que ocorra em áreas naturais, beneficiando o meio ambiente e as comunidades visitadas e que promova o aprendizado, respeito e consciência sobre aspectos ambientais e culturais, gerando harmonia e equilíbrio entre os seguintes fatores: resultados econômicos, mínimos impactos ambientais e culturais, e satisfação do cliente (ecoturista) e da comunidade.

Quando bem praticado, pode ser uma alternativa sustentável de exploração e conservação dos recursos naturais dos destinos selecionados, oferece experiências únicas e autênticas ao turista, proporcionando uma vivência real como novas culturas e ambientes, além de oferecer ao mercado oportunidades de pequenas iniciativas locais, valorizando a especialização em determinados segmentos.

A atividade ecoturística deve valorizar ao máximo as comunidades locais de entorno de alguma região com atributos ecoturísticos. Para os ecoturistas é muito importante o nível de envolvimento da comunidade local nas atividades ligadas à sua visita. O que se quer é que os habitantes do entorno ou residentes em determinada área com atributos ecoturísticos sejam os mais beneficiados com a atividade.

O que se busca é que os habitantes locais tenham na atividade uma forma de sustento e preferencialmente complementar às já existentes. Sejam como guias, como proprietários de pousadas, donos de restaurantes, cozinheiros, motoristas, artesãos, etc... Enfim, a mão-de-obra utilizada na infra-estrutura de determinado destino ou produto ecoturístico, deverá absorver ao máximo a mão-de-obra local, e, de preferência, de tal forma que esta seja uma atividade complementar às já existentes.

O ecoturismo tem o potencial de criar apoio para os objetivos de conservação, tanto na comunidade local quanto entre os visitantes, pelo estabelecimento e pela sustentação de vínculos entre a indústria do turismo, as comunidades locais e as áreas de proteção.

Como os benefícios sociais e ambientais são essencialmente interdependentes, os benefícios sociais, advindos para as comunidades como resultado do ecoturismo, podem acarretar o crescimento global dos padrões de vida, devido ao estímulo econômico gerado pela maior visitação ao local. Igualmente, os benéficos ambientais surgem quando as comunidades são induzidas a proteger os ambientes naturais para sustentar o turismo economicamente viável.

Há um consenso por parte de estudiosos sobre os benefícios econômicos, sociais e ambientais do ecoturismo: diversificação da economia regional (micros e pequenos negócios); geração local de empregos; fixação da população no interior; melhorias na infra-estrutura de transporte, comunicação e saneamento; criação de alternativas de arrecadação para as Unidades de Conservação; diminuição de impacto sobre o patrimônio natural e cultural; diminuição de impacto no plano estético-paisagístico; e melhoria nos equipamentos das áreas protegidas.

Entretanto é consenso também entre os estudiosos que o ecoturismo não é só benefício, existindo também os impactos negativos que se não forem constantemente monitorados e avaliados podem ser tão devastadores quanto os causados pelo turismo convencional de massa como o maior consumo de recursos naturais, crescimento do lixo, perda de valores tradicionais, aumento do custo de vida e adensamento urbano.

O ecoturismo como qualquer outra atividade econômica, pode produzir impactos - positivos ou negativos – sociais, econômicos e ambienteis. Mas esses impactos são decorrentes do modo como se planeja, implanta e monitora. Um planejamento turístico deve maximentar os benefícios sócio-econômicos e minimizar os custos, visando o bem estar da comunidade receptora e a rentabilidade dos empreendimentos do setor.

O desenvolvimento do ecoturismo deve considerar os seguintes aspectos:


Promover e desenvolver o turismo, em bases cultural e ecologicamente sustentável;

Promover e incentivar investimentos em conservação dos recursos naturais e culturais utilizados;

Fazer com que a conservação beneficie, materialmente, comunidades envolvidas, pois, somente servindo de fonte de renda alternativa, estas se tornarão aliadas de ações conservadoristas;

Ser operado de acordo com critérios de mínimo impacto, de modo a ser uma ferramenta de proteção e conservação ambiental e cultural;

Educar e motivar as pessoas para que percebam a importância de se conservar a cultura e a natureza.
O desenvolvimento sustentável é um modelo discutido amplamente, entretanto existe a carência de alternativas que viabilizem sua efetiva implementação. Carentes de recursos as pequenas comunidades precisam encontrar a sua vocação levando-as ao desenvolvimento sustentável proporcionando melhores condições de vida aos seus habitantes.

Pelas suas características o ecoturismo é efetivamente uma alternativa de desenvolvimento sustentável para pequenas localidades. No Brasil temos exemplos de comunidades que se desenvolveram a partir desta atividade. Bonito, no Estado do Mato Grosso, Brotas em São Paulo, Presidente Figueiredo, no Amazonas, são exemplos de comunidades que a partir do ecoturismo aumentaram a qualidade de vida de seus habitantes.

Entretanto em função de seus impactos positivos e negativos deve ser muito bem planejado, para que os benefícios sejam maximizados reduzindo-se ao máximo os impactos negativos resultantes desta atividade.

A participação da comunidade em parceria com a iniciativa privada e o governo é fundamental para desenvolver um plano de ecoturismo que atenda as suas necessidades gerando emprego e renda, melhorando a infra-estrutura de serviços básicos, ao mesmo tempo em que desenvolva a consciência dos envolvidos neste processo pela preservação ambiental, fator primordial para a manutenção da atividade.

Para concluir é importante que fique bem claro que o ecoturismo não é a salvação, mas sim uma alternativa para as pequenas comunidades carentes de melhores condições de vida em um ambiente frágil, em que a preservação da natureza seja propulsora de desenvolvimento proporcionando aumento da qualidade de vida.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARVALHO, Vininha F. 2003. Origem e desenvolvimento do ecoturismo no Brasil. (on line). Acessado em 24 de julho de 2004. Disponível na Internet em www.ecoviagem.com.br/ecoartigos/def_ecoartigos.asp?codigo=6707

EMBRATUR. Diretrizes para uma Política Nacional de Ecoturismo. Brasília, 1994.

SWARBROOKE, J. 2000. Turismo sustentável: turismo cultural, ecoturismo e ética. Vol. 5 – São Paulo: Aleph.

WEARING, Stephen e NEIL, John. 2001. Ecoturismo: impactos. Potencialidades e possibilidades. São Paulo: Editora Manole.

WWF-BRASIL. 2003. Sociedade e ecoturismo: na trilha do desenvolvimento sustentável. São Paulo: Vitae Civilis e WWF-Brasil.

JOÃO BOSCO BIASE DE OLIVEIRA

tenbiase[arroba]msn.com

tenbiase[arroba]yahoo.com.br

GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS (Universidade Federal do Amazonas)

ESPECIALIZAÇÃO EM ESTUDOS AMAZÔNICOS (Universidade Nacional de Colômbia)

MESTRANDO EM ESTUDOS AMAZÔNICOS (Universidade Nacional de Colômbia)

TABATINGA-AM, 19 DE SETEMBRO DE 2005

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